Se você acredita que quem chega à "terceira idade" está pronto apenas
para pendurar as chuteiras, está enganado. Hoje, observa-se no mercado
de trabalho uma tendência pela contratação de pessoas que se
aposentaram. Há, ainda, aqueles profissionais que já receberam propostas
das empresas em que atuam para continuarem no quadro, após a
inatividade. Mas por que contratar esses trabalhadores que teoricamente
cumpriram seu papel no mercado de trabalho? Abaixo listo algumas razões
para as empresas darem espaço a esses talentos que ainda têm muito a
oferecer.
1 - Se alguém quer continuar ou voltar ao mercado é
porque se sente apto para realizar suas atividades e gosta de trabalhar.
Lembremos que há pessoas que quando se aposentam, mudam o
comportamento, tornam-se triste e chegam a adoecer porque foram
afastadas daquilo que realizaram durante anos.
2 - Com os avanças tecnológicos, o homem alcançou
uma maior longevidade e capacidade de ser útil tanto para si quanto para
os que o cercam. A prova disso é a de que o mercado já conta com
profissionais pertencentes às gerações Baby-Boomers, X, Y e,
recentemente, a Z. Quando uma empresa abre espaço para talentos de
várias gerações, valoriza a diversidade - considerada fator relevante
para as organizações que são competitivas.
3 - A organização que tem o cuidado de formar um
time regido pelo diverso, abre as portas para o potencial criativo dos
colaboradores. Existem situações e informações que não vão constar nos
livros ou numa "busca rápida" da internet. Há respostas que as pessoas
só obtêm quando estão em contato direto com outras pessoas, com
mentalidades e experiências diferenciadas. Várias faixas etárias em
muitos momentos completam-se e apresentam resultados positivos.
4 - Sabe-se que não é apenas a teoria que forma um
bom profissional. A prática também é considerada em muitos processos
seletivos. E quem pertence à "boa idade" muitas vezes domina bem tanto a
teoria quanto a prática - fundamentais, principalmente para atividades
técnicas.
5 - Muitas empresas que contratam profissionais
experientes têm uma grata constatação - a de que esses talentos podem se
tornar bons mentores. Quem está chegando ao mercado, normalmente
precisa de alguém que dê um "norte", um direcionamento em determinadas
situações e nada mais natural do que recorrer a quem já tem experiência
para dialogar, trocar ideias, tirar dúvidas sobre determinados assuntos
relacionados à carreira e a algum assunto específico da área de atuação.
6 - Já realizei várias entrevistas com empresas que
possuem ações específicas para a contratação de talentos que se passaram
dos 60 anos. Chamou-me a atenção dos entrevistados mencionarem o
comprometimento desses profissionais em relação à empresa, o valor dado a
eles por quem os contratou é recíproco. Ou seja, valorizam quem os
valorizou na mesma proporção.
7 - Ao contrário do imediatismo que muitos jovens
plugados apresentam, os profissionais mais experientes possuem a
característica de compreender que a pressa pode significar no fracasso
de um processo. Isso não significa dizer que se tornam lentos naquilo
que fazer, mas são prudentes e compreendem que alguns resultados demoram
a serem alcançados porque o processo assim exige.
8 - Há quem pense que o bom desempenho está
diretamente relacionado à idade do talento. Quanto mais jovem, mais
retorno ele dará à organização. Se essa "teoria" tivesse solidez,
pessoas jovens não seriam desligadas das organizações por ficarem abaixo
das expectativas desejadas pelo contratante. Em outras palavras, o
profissional que apresenta a melhor entrega e resultados não é
obrigatoriamente aquele que nasceu na geração numa geração mais recente.
9 - Como já vivenciaram várias situações ao longo da
vida, os profissionais da boa idade adquiriram experiências
comportamentais que podem ser consideradas um diferencial para a
organização. Há quem afirme que durante situações de conflitos, os mais
experientes são os que conseguem "acalmar os ânimos" da equipe, através
de uma conversa ou mesmo de um conselho.
10 - Ao dar uma oportunidade para um talento da "boa
idade", o contratante mostra que possui coragem para enfrentar
preconceitos que muitas vezes contribuem para o fortalecimento das
injustiças sociais. E ter responsabilidade social é um fator relevante
para qualquer organização, não importa o segmento ou o seu porte.
Por: Patrícia BispoFormada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo, pela Universidade Católica de Pernambuco/Unicap
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