domingo, 13 de novembro de 2011

O que o mercado espera dos jovens profissionais?

Sofia Esteves(*)

Com anos de experiência trabalhando em consultoria e, em especial com foco no jovem, o que sempre percebo é a falta de alinhamento entre o que os jovens e as empresas buscam e esperam um do outro.
Escuto sempre diversas perguntas, muitas vezes até formuladas de maneiras diferentes, mas que têm a intenção de obter a mesma resposta: Mas e afinal, o que o mercado espera dos jovens profissionais?

Resolvemos então perguntar a quem mais nos pergunta: os próprios jovens! Na 10ª edição da Pesquisa Empresa dos Sonhos dos Jovens® buscamos saber o que os jovens acham que as empresas esperam do recém-formado. Os resultados foram bem interessantes, nos quais Comprometimento e Capacidade de aprendizagem foram os mais citados, com respectivos 25% e 23%. Em seguida, características como Espírito empreendedor (13%) e Motivação (9%) também aparecem como aquelas desejadas pelas empresas, ainda na visão dos jovens. Ora, se a empresa me contratou ela espera que eu firme compromisso com o meu trabalho, tenha atitude de dono e esteja cheio de energia. Certo? Em parte, mas não totalmente!

A partir de um levantamento que fizemos em 2010, pudemos mapear as competências mais requisitadas pelo mercado em todos os programas de trainee que realizamos nesse ano. O resultado foi revelador! Entre todas as competências a mais citada foi a que chamamos de Estímulo à inovação, cujos comportamentos esperados são a capacidade de trazer soluções, gerar idéias novas para a situação proposta e não se limitar ao contexto apresentado. Em outras palavras, o famoso “pensar fora da caixa”. Além disso, as competências de Trabalho em equipe, com comportamentos de cooperação e colaboração, Foco no resultado, no qual a pessoa empreende esforços para obter resultados, e a Capacidade de análise, que envolve o uso de raciocínio lógico e da habilidade de sintetizar e organizar, também marcam presença na ambição das empresas em relação ao jovem talento procurado.

Observando essas demandas e muitas outras competências solicitadas pelo mercado, vemos que realmente ainda precisamos trabalhar em cima das expectativas que as empresas têm sobre os jovens profissionais, bem na forma que esses jovens se enxergam perante o mercado. Talvez essa seja a principal razão para o que comumente é chamado de “apagão de talentos”. Entretanto, mesmo esses dados sendo referentes ao jovem, nós não podemos deixar de pensar o quanto eles são válidos para qualquer profissional, independente da idade ou cargo. Será que sabemos oferecer exatamente o que o mercado procura?

(*) Sofia Esteves é psicologa, pela FMU. Em 1988 fundou o Grupo DM Recursos Humanos.


vocesa.abril.com.br
Comunicação LCA Treinamentos & Consultoria

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