Luan Gabellini |
Apesar de generalistas, as definições sociológicas das gerações podem ser interessantes para analisar as relações de trabalho. Abordar como se dá a relação entre as gerações Y e Z no mercado de trabalho, do ponto de vista prático, é essencial nesse sentido.
As empresas com curta experiência no mercado de tecnologia, mais especificamente relacionado à Internet, possuem características muito peculiares: pessoas jovens em posições relevantes e, muitas vezes, com salários altos. Isso é resultado do avanço tecnológico dos últimos anos e do fato de as gerações Y e Z - que nasceram conectadas - terem alcançado a idade para trabalhar, produzir e consumir.
Pode-se pensar que esse é um ótimo cenário, afinal de contas parece muito conveniente para uma empresa de tecnologia contratar colaboradores que navegam pela rede desde os primeiros anos de vida. O grande paradigma, no entanto, é que os indivíduos da Geração Z, conhecidos por serem nativos digitais, também têm o costume de zapear, (é daí que vem o Z), ou seja, mudar da internet para o rádio, a televisão ou o telefone em instantes.
Essa ansiedade aliada à dificuldade de manutenção do foco é um grande desafio para os gestores. Mesmo em uma empresa nova, com sócios jovens, ambiente de trabalho descontraído, alta possibilidade de crescimento e liberdade para falar de igual para igual entre os colaboradores de todos os níveis hierárquicos, existe uma grande rotatividade. Os colaboradores ora procuram por trabalhos com mais flexibilidade, ora não acreditam no modelo "tradicional" de carreira, no qual é preciso se esforçar para crescer.
Uma das possíveis soluções desse paradoxo está na total transparência sobre a vaga, assim que se inicia o processo seletivo. Ao ser entrevistado, o candidato só deve começa a falar após ouvir cada detalhe da vaga oferecida, tais como benefícios, atribuições e responsabilidades. Após escutar tudo, o candidato deverá ser questionado sobre o real interesse naquela oportunidade. Em muitos casos, a entrevista terminará nesse ponto.
Quando interessado e engajado, o profissional da Geração Z tem um grande diferencial ao aliar sua mente multitarefa aos complexos desafios do mercado de trabalho atual. Além disso, por serem extremamente antenados, muitas vezes são mais ágeis para resolver problemas. Cabe aos gestores lidarem com o desafio do engajamento desses profissionais.
A abertura para o mercado de trabalho é fator essencial da motivação desses jovens que estão inseridos nas organizações. A liderança é fundamental. Em gestões modernas, os líderes que têm mais facilidade com as equipes são aqueles que sempre deram o bom exemplo e, consequentemente, conquistaram respeito e admiração dos indivíduos dessa geração.
Por:Luan Gabellini
Sócio da Betalabs Tecnologia Ltda, responsável pelas áreas de desenvolvimento e novos negócios da empresa.
fonte:rh.com.br
Comunicação LCA Treinamentos & Consultoria
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