quinta-feira, 7 de junho de 2012

Vivo desenvolve competências através do inusitado



"Mais um dia de treinamento, trancados em uma sala de aula. E ainda temos que cumprir a carga horária". Quantos profissionais já não fizeram esse comentário ou, então, ouviram algum colega citar algo parecido? Mas isso não ocorre por acaso, pois nem sempre um investimento destinado para determinado curso atenderá às necessidades de uma equipe, pelo menos, naquele momento. Por essa razão, muitas empresas têm optado por mesclar os chamados treinamentos convencionados - aqueles realizados nas salas de aula -, com atividades inusitadas, que fogem do tradicionalismo, mas que nem por isso deixam de ser válidos para o desenvolvimento dos talentos humanos.

Uma empresa que adota há cinco anos os treinamentos diferenciados é a Vivo. Naquela época, o primeiro treinamento deste tipo foi realizado em um circo, onde as equipes comerciais participavam de oficina de malabarismo, acrobacia, entre outros. Em todas estas atividades, o instrutor fazia um link para melhorar a atitude do vendedor no ponto de venda.

A Telefônica/Vivo é uma empresa do segmento de telecomunicações conta com mais de 90 milhões de acessos, sendo 75,3 milhões apenas na operação móvel. O Grupo Telefônica é um dos maiores conglomerados de comunicação do mundo, com presença em 25 países, 309 milhões de acessos, 289 mil funcionários e receitas de 62,8 bilhões de euros (2011). Os investimentos previstos para o Brasil no período 2011-2014 totalizam R$ 24,3 bilhões.

Segundo Joyce Paiva, gerente da Divisão de Trade Marketing da Vivo, o público-alvo dos treinamentos inusitados são os vendedores, os consultores e os gerentes das equipes comerciais da Vivo. O convite é realizado através da área de Treinamento Comercial, por e-mail personalizado de acordo com cada ação e os gestores confirmam a participação de suas equipes.
"Na verdade, nossa área está alocada na gerência de Trade Marketing, que é a área responsável pelo treinamento das equipes comerciais na Vivo. Contudo, temos uma relação de parceria com as consultorias que trabalhamos e com o próprio departamento de Recursos Humanos da Vivo", explica Joyce Paiva ao ser indagada sobre a área responsável pela coordenação dos treinamentos, ao acrescentar que entre os treinamentos considerados inusitados, já foram realizadas ações que incluíram temáticas como Copa do Mundo, esportes radicais, dança, cinema e até culinária. Vale salientar que esse trabalho tem sido realizado em parceria com consultorias externas, uma vez que oferecem especialização e know-how para aplicação destas capacitações específicas.

Mudança comportamental - Joyce Paiva enfatiza que após a aplicação dos treinamentos diferenciados, observou-se um novo olhar para realização de cursos, bem como ocorreu maior adesão e aumento na efetividade dos mesmos, trabalhando temas importantes e às vezes complexos de forma lúdica. Dentre as competências comportamentais focadas nos treinamentos, destacam-se: atitude, proatividade, flexibilidade, criatividade, organização e comunicação.
"Nesse trabalho, os líderes têm um relevante papel, uma vez que eles envolvem e incentivam as equipes a realizarem os treinamentos através de novas metodologias, apoiando um novo olhar para estes treinamentos e garantindo que os conhecimentos tidos nestes cursos sejam aplicados e valorizados no dia a dia de trabalho", assinala a gerente da divisão de Trade Marketing da Vivo, ao acrescentar que após cada treinamento existe a preocupação de realizar uma avaliação-reação com todos os treinandos.

Benefícios do inusitado - Hoje, geralmente, as pessoas possuem um dia cheio de diferentes fontes de informações e sofrem interrupções, em seus ambientes de trabalho, pelos mais diversos motivos. Se por um lado isso denota uma sociedade multiconectada e em constante evolução, por outro lado passa a exigir que sejam elaboradas e aplicadas estratégias de desenvolvimento de pessoas diferentes das tradicionais.
"Precisamos de estratégias que prendam a atenção dos participantes, cada vez mais disputada e escassa. Quando conseguimos estabelecer um paralelo entre a ação de desenvolvimento e algo que motiva e sensibiliza o colaborador, temos metade desse caminho trilhado. Por esse motivo, ações inusitadas destacam-se das atividades tradicionais pela sua própria natureza. Elas conseguem sensibilizar e engajar os participantes, pois estimulam a curiosidade e as emoções", diz Daniel Orlean, sócio-diretor da Affero, consultoria que vem realizando treinamentos diferenciados junto às equipes da Vivo.
Outro ponto relevante é que qualquer empresa pode aplicar essas modalidades de treinamento, pois ser inusitado não significa ser superficial, engraçado ou efêmero, mas sim sinônimo de inovador na forma de se desenvolver uma competência. Podem, ainda, ser utilizados para temas que demandam alto engajamento e que tratam de competências que não sejam limitadas a conhecimentos ou a habilidades, mas que demandem o desenvolvimento de atitudes de maneira latente.

Orlean alerta para o fato de que ao utilizar os treinamentos diferenciados, as organizações não devem deixar de adotar atividades tradicionais na área de T&D, uma vez que ambas possuem suas qualidades, pontos fortes e aplicações recomendadas. Se, por exemplo, uma empresa aplicar apenas treinamentos inusitados, corre-se o risco de atingir níveis de expectativas muito altos e, com o tempo, repetir fórmulas que deixam de ser tão efetivas. Os treinamentos tradicionais continuam com seu valor e aplicabilidade, porém podem ser reforçados e complementados com ações diferenciadas, divertidas, experienciais e interativas.
Prémiere ao "Vivo" - Gastronomia e cinema. Esses foram as duas áreas que a Affero utilizou para preparar e sensibilizar os colaboradores da Vivo de todo o Brasil, a partir da fusão com a Telefônica. "Precisávamos disseminar novas competências para um público importante na companhia e percebemos que aquelas competências encontravam um paralelo muito interessante com as competências usadas por uma equipe de um restaurante, como qualidade, orientação para resultados e relacionamento interpessoal, entre outras. No cinema, encontramos a justificativa para preparar os colaboradores da empresa para uma grande mudança que estava por vir. Afinal, nenhuma história no cinema é interessante se não tiver desafios e mudanças. Além disso, mostramos vários filmes que tinham relação com o momento vivido e enfatizamos a participação de cada um como atores dessas histórias", relembra Daniel Orlean.


Para se ter uma ideia de como a empresa mobilizou-se em torno desse trabalho, a partir do cinema, elaborou-se um treinamento que ganhou um formato de prémiere, que possibilitou explicar aos funcionários as transformações que viriam a partir da fusão com a Telefônica. As dinâmicas fizeram referência ao universo do cinema, relacionando filmes às mudanças que aconteciam na companhia.
A abertura das sessões de cinema ficou a cargo de um diretor da empresa e uma dupla de mestres de cerimônia deu continuidade à première, interagindo com a plateia durante as atividades. Em uma das oportunidades foi realizado um esquete de uma cena famosa do cinema, que foi contextualizada com as mudanças na companhia. O evento também contou com um quiz com frases marcantes de grandes filmes, que serviram de gancho para falar do momento atual da Vivo.
Para fechar a sessão, foi realizada uma premiação, no estilo noite do Oscar, na qual cada categoria correspondia a um dos novos valores da empresa: inovação, entusiasmo, simplicidade, confiança e proximidade. "Os vencedores foram os filmes que melhor representaram essas características pelo ponto de vista da Vivo, a fim de reforçar, junto ao público, as expectativas da empresa, de um jeito divertido e de fácil assimilação", conclui Daniel Orlean.


rh.com.br
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