Em maio passado, a multinacional norte-americana Eaton, companhia que atua no desenvolvimento de sistemas e equipamentos de gerenciamento de energia, comunicou ao mercado uma mudança em sua gestão: a indicação de Wellington Donizeti Silvério(foto) para a direção de Recursos Humanos na América do Sul. Silvério ingressou na Eaton em 1999, como supervisor de Recursos Humanos. De lá para cá, a cada ano, ele passou por uma verdadeira maratona tanto no Brasil quanto no Exterior, o que lhe conferiu a conquista de um cargo tão relevante na organização. O desafio aceito por Wellington é tão significativo que para se ter uma ideia, o executivo manterá as responsabilidades de gestão nacional de Recursos Humanos para o México até o final de 2011, onde desempenha a função desde outubro de 2009.
O diretor de RH da Eaton na América Latina possui em seu currículo formação superior em psicologia pela UnG - Univerdade Guarulhos/SP, mestrado em Administração de Negócios pela FAAP - Faculdade Armando Alvarez Penteado em São Paulo, e em Bem-estar no Trabalho pela UMESP - Universidade Metodista também em São Paulo. Uma peculiaridade desse profissional de RH é que apesar de tanta responsabilidade, ele ainda encontra tempo para a vida pessoal e diz que é possível assegurar uma boa qualidade de vida, mesmo diante de uma agenda tão corrida. "Busco me dedicar ao que me dá maior prazer: família, amigos, praia, saxofone, cinema, música e leitura", enfatiza. Em entrevista ao RH.com.br, Silvério fala não apenas sobre sua trajetória profissional, mas também sobre suas expectativas para a área de RH tanto no Brasil quanto no Exterior. Boa leitura!
RH.com.br - Há quanto tempo o senhor ingressou na área de Recursos Humanos e o que o motivou a direcionar sua carreira à Gestão de Pessoas?
Wellington Silvério - Comecei muito cedo em Recursos Humanos, ainda quando estava no terceiro ano de universidade, cursando psicologia. Decidi deixar um emprego muito estável na então CBTU - Companhia Brasileira de Trens Urbanos, e busquei estágio na área organizacional. A identificação foi imediata com a área. Acabo de completar 18 anos de atuação na área e o que me moveu desde o princípio foi a possibilidade de promover a excelência organizacional e com as pessoas através de um ambiente de trabalho justo, ético, humano e baseado nos valores essenciais de respeito e equidade.
Wellington Silvério - Comecei muito cedo em Recursos Humanos, ainda quando estava no terceiro ano de universidade, cursando psicologia. Decidi deixar um emprego muito estável na então CBTU - Companhia Brasileira de Trens Urbanos, e busquei estágio na área organizacional. A identificação foi imediata com a área. Acabo de completar 18 anos de atuação na área e o que me moveu desde o princípio foi a possibilidade de promover a excelência organizacional e com as pessoas através de um ambiente de trabalho justo, ético, humano e baseado nos valores essenciais de respeito e equidade.
RH - Qual o grande desafio que o senhor encontrou no início da sua vida profissional e de que forma conseguiu superá-lo?
Wellington Silvério - Comecei em uma organização que entendia Recursos Humanos como um centro de custos apenas. O grande desafio foi transformar a visão da alta direção, para que eles percebecem o RH como um centro de resultados estratégicos e totalmente alinhados aos objetivos organizacionais. Depois de alguns anos, a empresa percebeu essa importância. O mais importante foi fazer e o menos importante foi falar.
RH - Em sua opinião, o que deve prevalecer nas decisões de um profissional de RH: a razão ou a emoção?
Wellington Silvério - Obviamente temos que entender Recursos Humanos como uma área chave no processo organizacional e, tendo essa visão fica claro que a área deva ser o centro organizacional onde se combina razão e emocão na tomada de decisões. Temos, como qualquer outra área organizacional, que gerar resultados paupáveis e mensuráveis. Mas ao mesmo tempo, organizações são compostas por seres humanos, inteligentes e emocionais, logo a boa decisão é aquela que combina de modo razoável os aspectos racionais e emocionais com visão de médio e longo prazos.
RH - Quando traçamos nossas metas profissionais, quase sempre precisamos renunciar a algo. Isso ocorreu com o senhor?
Wellington Silvério - Sim. Atuar em Recursos humanos é uma escolha que envolve tempo de dedicação acima da rotina normal. No meu caso e pela trajetória até aqui, o tempo em viagens, negociações, reuniões e outros faz parte de um conjunto de ações que de alguma maneira me fizeram renunciar a parte do tempo pessoal, mas que na atualidade me vejo recompensado com maior qualidade de vida e condições gerais.
RH - Em média, para ser um profissional de destaque, quantos horas um diretor de RH precisa dedicar-se às suas atividades?
Wellington Silvério - Poderá variar conforme as organizações, pois depende dos processos e da cultura organizacional. No meu caso, considerando a atual responsabilidade regional envolvendo diferenças de horários nos distintos países, dedico-me em média 11 horas por dia.
RH - Diante de um cargo tão relevante, é possível conciliar a vida profissional com o lado pessoal?
Wellington Silvério - Sim, não só é possível como vital. Minha crença é a de que se o profissional não tem sua vida pessoal equilibrada fatalmente ira gerar desequilíbrio no ambiente organizacional e de equipe. Assim, no trabalho sinto prazer, pois estou fazendo o que gosto. Também busco me dedicar ao que me dá maior prazer: família, amigos, praia, saxofone, cinema, música e leitura.
RH - Como ocorreu o seu ingresso na empresa Eaton e o que o fez permanecer nessa organização?
Wellington Silvério - Cheguei a Eaton em 1999, quando ela comprou minha anterior empregadora TGM Automotive. A princípio tinha dúvidas porque eu trabalhava para uma organização italiana e a Eaton é americana. Após alguns meses já que percebi na Eaton o seu principal diferencial: foco nas pessoas acima de qualquer decisão.
RH - Como foi a sua trajetória na Eaton até chegar à direção de Recursos Humanos na América do Sul?
Wellington Silvério - Comecei, em 1999, como supervisor de Recursos Humanos. Em 2001, passei a gerente de Recursos Humanos de uma divisão. Em 2003, passei a gerente de Recursos Humanos de um campus com quatro negócios e em 2005 passei a ser gerente de implementação de programas de excelência em Recursos Humanos para uma divisão acumulando as funções de gerente de campus. Já em 2007 assumi a gerência de RH para o campus de San Luis Potosi, no México. Dois anos depois, em 2009 assumi a direção de RH para o México e, finalmente, em 2011 a direção de Recursos Humanos para a América do Sul e México. Nestes anos desenvolvi distintos papeis na organização como auditor de excelência organizacional, coach interno, auditor de processos de Recursos Humanos, auditor de segurança e meio ambiente, facilitador de programas a executivos, entre outros.
RH - O senhor considera que a sua experiência no Exterior contribuiu para a sua ascensão profissional?
Wellington Silvério - Sim. O desenvolvimento profissional passa pelo domínio de idiomas e a disponibilidade do profissional em aceitar desafios fora de seu país de origem. Além do desenvolvimento profissional, o grande valor agregado em uma experiência no Exterior é a possibilidade de desenvolver competências adicionais tais como: negociação, flexibilidade, estratégia, adaptação, gestão emocional, gestão sob pressão, curiosidade, criatividade, coragem gerencial e liderança, entre outros.
RH - Qual a marca pessoal de Wellington Silvério como profissional de Recursos Humanos?
Wellington Silvério - Mudança. Assumo desafios e gosto de promover mudanças que façam dos processos de Recursos Humanos o caminho de fluxo natural dentro da organização. A estática em Recursos Humanos é um caminho de regresso ao ponto de partida, enquanto que a mudança é o passaporte ao movimento visando o futuro.
RH - Com o senhor à frente da diretoria de RH para a América do Sul, quais as inovações que os colaboradores da Eaton podem esperar em relação à Gestão de Pessoas?
Wellington Silvério - A Eaton tem processos bastante robustos e alinhados às nossas necessidades organizacionais, mas sem dúvida a maneira como aplicamos e alinhamos nossos processos e as necessidades da organização e das pessoas que as compõem é fator diferencial. Meu compromissso primeiro é com os valores essenciais do ser humano, o que inclusive reflete a visão da Eaton e, nesse sentido, o que podem esperar de mim será o continuo foco no alinhamente de nossos valores essenciais no atendimento ao compromisso global de crescimento de negocios, através de processos de Recursos Humanos claros e equanimes
RH - Que análise o senhor faz da atuação dos profissionais brasileiros que atuam em Recursos Humanos?
Wellington Silvério - Temos avançado muito como profissioanais, uma vez que percebo a preocupação contínua na preparação, na busca de novas ferramentes, na participação ativa em distintas comunidades e na aportação de ideias mais inovadoras e centradas nas necessidades organizacionais. Vejo como fator importante a aplicação de todos os profissionais no sentido de realmente compreender alguns jargões da moda como, por exemplo, Business Partner e transformá-los em realidade no dia a dia para que contribuam efetivamente e proporcionem organizações em nível de excelência, combinando bom ambiente de trabalho e resultados de negócios.
RH - Quais as suas expectativas para a área de RH em médio e longo prazos, tanto no Brasil quanto no Exterior?
Wellington Silvério - De modo global creio que estamos vivenciando a era em que esta área adicionará valor único nas distintas organizações, já que nunca o fator humano foi tão importante na sustentabilidade organizacional. Para os países emergentes como Brasil e ou para as velhas economias como os Estados Unidos, o envolvimento e a efetiva participação do ser humano nos processos de criação, inovação, decisão e manutenção serão a chave para o crescimento. Essa é a nossa especialidade, assim convido a todos a tomar o trem da nova realidade e fazer do diferente a sua realidade.
Wellington Silvério - Comecei em uma organização que entendia Recursos Humanos como um centro de custos apenas. O grande desafio foi transformar a visão da alta direção, para que eles percebecem o RH como um centro de resultados estratégicos e totalmente alinhados aos objetivos organizacionais. Depois de alguns anos, a empresa percebeu essa importância. O mais importante foi fazer e o menos importante foi falar.
RH - Em sua opinião, o que deve prevalecer nas decisões de um profissional de RH: a razão ou a emoção?
Wellington Silvério - Obviamente temos que entender Recursos Humanos como uma área chave no processo organizacional e, tendo essa visão fica claro que a área deva ser o centro organizacional onde se combina razão e emocão na tomada de decisões. Temos, como qualquer outra área organizacional, que gerar resultados paupáveis e mensuráveis. Mas ao mesmo tempo, organizações são compostas por seres humanos, inteligentes e emocionais, logo a boa decisão é aquela que combina de modo razoável os aspectos racionais e emocionais com visão de médio e longo prazos.
RH - Quando traçamos nossas metas profissionais, quase sempre precisamos renunciar a algo. Isso ocorreu com o senhor?
Wellington Silvério - Sim. Atuar em Recursos humanos é uma escolha que envolve tempo de dedicação acima da rotina normal. No meu caso e pela trajetória até aqui, o tempo em viagens, negociações, reuniões e outros faz parte de um conjunto de ações que de alguma maneira me fizeram renunciar a parte do tempo pessoal, mas que na atualidade me vejo recompensado com maior qualidade de vida e condições gerais.
RH - Em média, para ser um profissional de destaque, quantos horas um diretor de RH precisa dedicar-se às suas atividades?
Wellington Silvério - Poderá variar conforme as organizações, pois depende dos processos e da cultura organizacional. No meu caso, considerando a atual responsabilidade regional envolvendo diferenças de horários nos distintos países, dedico-me em média 11 horas por dia.
RH - Diante de um cargo tão relevante, é possível conciliar a vida profissional com o lado pessoal?
Wellington Silvério - Sim, não só é possível como vital. Minha crença é a de que se o profissional não tem sua vida pessoal equilibrada fatalmente ira gerar desequilíbrio no ambiente organizacional e de equipe. Assim, no trabalho sinto prazer, pois estou fazendo o que gosto. Também busco me dedicar ao que me dá maior prazer: família, amigos, praia, saxofone, cinema, música e leitura.
RH - Como ocorreu o seu ingresso na empresa Eaton e o que o fez permanecer nessa organização?
Wellington Silvério - Cheguei a Eaton em 1999, quando ela comprou minha anterior empregadora TGM Automotive. A princípio tinha dúvidas porque eu trabalhava para uma organização italiana e a Eaton é americana. Após alguns meses já que percebi na Eaton o seu principal diferencial: foco nas pessoas acima de qualquer decisão.
RH - Como foi a sua trajetória na Eaton até chegar à direção de Recursos Humanos na América do Sul?
Wellington Silvério - Comecei, em 1999, como supervisor de Recursos Humanos. Em 2001, passei a gerente de Recursos Humanos de uma divisão. Em 2003, passei a gerente de Recursos Humanos de um campus com quatro negócios e em 2005 passei a ser gerente de implementação de programas de excelência em Recursos Humanos para uma divisão acumulando as funções de gerente de campus. Já em 2007 assumi a gerência de RH para o campus de San Luis Potosi, no México. Dois anos depois, em 2009 assumi a direção de RH para o México e, finalmente, em 2011 a direção de Recursos Humanos para a América do Sul e México. Nestes anos desenvolvi distintos papeis na organização como auditor de excelência organizacional, coach interno, auditor de processos de Recursos Humanos, auditor de segurança e meio ambiente, facilitador de programas a executivos, entre outros.
RH - O senhor considera que a sua experiência no Exterior contribuiu para a sua ascensão profissional?
Wellington Silvério - Sim. O desenvolvimento profissional passa pelo domínio de idiomas e a disponibilidade do profissional em aceitar desafios fora de seu país de origem. Além do desenvolvimento profissional, o grande valor agregado em uma experiência no Exterior é a possibilidade de desenvolver competências adicionais tais como: negociação, flexibilidade, estratégia, adaptação, gestão emocional, gestão sob pressão, curiosidade, criatividade, coragem gerencial e liderança, entre outros.
RH - Qual a marca pessoal de Wellington Silvério como profissional de Recursos Humanos?
Wellington Silvério - Mudança. Assumo desafios e gosto de promover mudanças que façam dos processos de Recursos Humanos o caminho de fluxo natural dentro da organização. A estática em Recursos Humanos é um caminho de regresso ao ponto de partida, enquanto que a mudança é o passaporte ao movimento visando o futuro.
RH - Com o senhor à frente da diretoria de RH para a América do Sul, quais as inovações que os colaboradores da Eaton podem esperar em relação à Gestão de Pessoas?
Wellington Silvério - A Eaton tem processos bastante robustos e alinhados às nossas necessidades organizacionais, mas sem dúvida a maneira como aplicamos e alinhamos nossos processos e as necessidades da organização e das pessoas que as compõem é fator diferencial. Meu compromissso primeiro é com os valores essenciais do ser humano, o que inclusive reflete a visão da Eaton e, nesse sentido, o que podem esperar de mim será o continuo foco no alinhamente de nossos valores essenciais no atendimento ao compromisso global de crescimento de negocios, através de processos de Recursos Humanos claros e equanimes
RH - Que análise o senhor faz da atuação dos profissionais brasileiros que atuam em Recursos Humanos?
Wellington Silvério - Temos avançado muito como profissioanais, uma vez que percebo a preocupação contínua na preparação, na busca de novas ferramentes, na participação ativa em distintas comunidades e na aportação de ideias mais inovadoras e centradas nas necessidades organizacionais. Vejo como fator importante a aplicação de todos os profissionais no sentido de realmente compreender alguns jargões da moda como, por exemplo, Business Partner e transformá-los em realidade no dia a dia para que contribuam efetivamente e proporcionem organizações em nível de excelência, combinando bom ambiente de trabalho e resultados de negócios.
RH - Quais as suas expectativas para a área de RH em médio e longo prazos, tanto no Brasil quanto no Exterior?
Wellington Silvério - De modo global creio que estamos vivenciando a era em que esta área adicionará valor único nas distintas organizações, já que nunca o fator humano foi tão importante na sustentabilidade organizacional. Para os países emergentes como Brasil e ou para as velhas economias como os Estados Unidos, o envolvimento e a efetiva participação do ser humano nos processos de criação, inovação, decisão e manutenção serão a chave para o crescimento. Essa é a nossa especialidade, assim convido a todos a tomar o trem da nova realidade e fazer do diferente a sua realidade.
Por:Patrícia BispoFormada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo, pela Universidade Católica de Pernambuco/Unicap.
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