sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O erro de português na comunicação empresarial

Saber escrever é saber comunicar. Erros de português e textos mal escritos podem causar uma péssima impressão, perante os mais diversos públicos. Também na comunicação há profissionais especializados que podem melhorar e muito a qualidade do discurso escrito da sua empresa.

Quantas vezes você viu um anúncio, acessou um site, leu um informativo ou uma mala direta e percebeu erros de português ou textos mal-escritos? Duvido que alguém nunca tenha passado por isso.

Vejo tantas empresas, não só micro ou pequenas, mas também médias e grandes, tropeçarem freqüentemente no uso da língua em sua comunicação. E o triste é perceber que a maioria delas não se importa com isso.

Eu acredito que tal realidade se deve, em partes, ao fato de que poucas pessoas têm domínio da língua, sendo que a maioria não tem consciência disso. E olha que na lista dos que têm menos desenvoltura com o português não estão apenas pessoas com pouca formação. Conheço mestres, doutores e especialistas que têm dificuldades em elaborar textos sem erros de concordância ou semântica, com frases que se fechem em uma idéia e que juntas façam sentido. Mas minha intenção não é criticar ninguém por causa disso. Só quero mostrar que, por mais que todos façamos uso da língua, nem todos temos domínio dela. Infelizmente, porém, poucos param para pensar nisso.

A maioria das pessoas pensa que sabe escrever suficientemente bem e acha dispensável a contratação de pessoas especializadas nisso para auxiliar na elaboração de textos empresariais. Muitos ainda pensam que a profissão de redator ou revisor é “menos nobre”, porque tais profissionais não detêm conhecimentos tão específicos como engenheiros ou médicos.

Mas é aí que se enganam e é quando eu tenho a seguinte opinião: se você não é médico, não vai sair operando ninguém por aí. Da mesma maneira, se você não estuda, pratica e domina o uso da língua portuguesa, não saia por aí achando que pode escrever textos de cunho profissional e com divulgação ampla. Por quê? Para não queimar seu filme. Eu não vou escrever um artigo sobre Direito Romano se não sei nada disso. Não quero passar vergonha. Parece lógico, não? Mas então por que vemos tantos administradores, dentistas, advogados, designers tentando escrever textos para comunicação e divulgação externa? Será que eles não têm receio de que seus clientes ou parceiros criem uma má impressão do seu serviço a partir da leitura de um texto mal-escrito? Aparentemente não.

Então façamos um pequeno teste: você está procurando um dentista e chega à frente de duas portas. Em uma delas há uma placa (com perdão do exagero no exemplo): “Cirurgiãos Dentísticos” e na outra, “Consultório Odontológico”. Em qual das duas você bateria?

O dentista não tem obrigação de saber escrever certo. Mas na hora de comunicar seu serviço ao público, ele tem que transmitir corretamente sua mensagem. Se ele não o fizer, criará uma imagem errada do seu trabalho. Por isso, ele deve consultar um profissional da área para não pisar na bola num assunto que não lhe concerne, mas serve de apoio para o trabalho que executa. É como contabilidade: você pode até tentar fazê-la por conta na sua empresa, mas as chances de alguma coisa dar errada e dos cálculos não fecharem no fim do mês são bem maiores do que se você contratasse um contador para fazer o trabalho.

Por todas essas razões é que eu digo: chega de achar que você mesmo pode escrever os textos para o folder ou site da sua empresa. Se você não tem intimidade com a língua, se você não é daqueles que as pessoas sempre comentam “nossa, como você escreve bem”, contrate um profissional. E mesmo se você escrever bem, lembre-se: há uma grande diferença entre fazê-lo bem e saber produzir textos com o approach adequado ao seu público, de acordo com o meio utilizado e com base nos seus objetivos de comunicação. Em suma, quando se trata de comunicação empresarial, o responsável pela produção dos textos não só precisa fazer tudo dentro das normas da língua portuguesa, como deve ter conhecimento e preparo para utilizar as diferentes técnicas e ferramentas de comunicação, abordagem, persuasão, etc.

Não pense que seu cliente irá relevar pequenos errinhos de português ou de digitação. Uma comunicação mal-apresentada significa muito mais do que a falha em si. Ela pode ser um fator que altera a percepção do cliente sobre sua empresa, o cuidado que você toma ao divulgar informações, a sua atenção aos detalhes... Publicar um texto mal-escrito pode levantar todas essas questões na mente do seu target.

A maioria dos nossos julgamentos são baseados em impressões. A impressão que eu tenho de um texto mal-elaborado pode ser diferente da sua. Eu posso achar terrível, você pode não dar bola. Mas se nós dois lermos um texto bem-escrito, nossa impressão será a mesma, pois eu não terei uma opinião ruim sobre a comunicação de tal empresa. E, como o objetivo da comunicação empresarial é transmitir e despertar percepções semelhantes no seu público, há mais chances de consegui-lo comunicando-se correta e adequadamente.

Por isso é preciso profissionalizar a comunicação das empresas. Devemos ter consciência de que exatamente por ela estar presente em todo o dia-a-dia da empresa, a forma como ela se apresenta é crucial para fazer-se entender e transmitir exatamente o que queremos.

Avalie a qualidade dos textos da sua empresa e, se puder, contrate um profissional para reescrevê-los. Se não for possível, invista em um curso ou compre um livro com dicas sobre redação empresarial. Há também diversos sites com conteúdo gratuito que podem tirar suas dúvidas e ajudá-lo a escrever melhor. Faça o que estiver ao seu alcance, sem nunca deixar de dar uma importância especial à comunicação da sua empresa. Seus clientes, com certeza, vão sentir a diferença.

Marlisi Rauth - Publicitária com especialização em Marketing.

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