Assim como a personagem Griselda, a “Pereirão”, vivida pela atriz Lilia Cabral na novela “Fina Estampa”, cada vez mais profissionais têm feito uso do próprio talento pessoal para sobreviver às adversidades e retornar ao mercado de trabalho.
Únicas, essas pessoas se diferenciam das demais justamente por ver oportunidades onde os outros não conseguem enxergar. “Para sobreviver, elas começam a observar o mercado e acabam aliando o próprio conhecimento à uma visão de negócios”, diz a professora e coordenadora do curso de Gestão em Recursos Humanos da Veris Faculdades, Suely Piaia Murtinhos.
EmpreendedorismoSeja por motivação ou necessidade, uma ação empreendedora nunca surge à toa. “As pessoas planejam uma carreira promissora dentro de uma organização, mas nem por isso estão imunes ao desemprego. Fora do mercado, desempregadas, muitas partem em busca de soluções e é aí que o empreendedorismo aparece”, diz Suely. “Na novela, por exemplo, a personagem precisa trabalhar para criar os filhos. É uma necessidade”, completa.
Por tal razão, não era de se estranhar que o mercado de serviços estivesse tão aquecido, afinal, ser servido é tudo que um brasileiro quer. “Trata-se de uma característica cultural do nosso País. O brasileiro gosta disso, diferente dos norte-americanos que não estão acostumados com tal prática”, argumenta Suely.
ServiçosAtualmente, as atividades prestadas são inúmeras e vão de serviços de manicure e tratamentos estéticos até a pequenos reparos e consertos. Portanto, se uma pessoa precisar de um reparo de urgência na própria residência, por exemplo, certamente um marido de aluguel estará à disposição para o atendimento.
E disso o senhor Valdir José Peres entende bem: marido de aluguel desde 2005, o profissional abandonou a carreira em uma transportadora para se aventurar na área de pequenos reparos e consertos domésticos. “Troco um varal, instalo uma televisão e conserto um vazamento de sifão, por exemplo. Realizo as atividades que um marido poderia fazer”, diz.
O profissional, que cobra R$ 80 por hora de serviço, costuma agendar seus clientes no período da manhã e garante não sair por menos de R$ 120 – o equivalente a uma hora e trinta minutos de trabalho. “Saio de casa pela manhã com um chamado apenas, pois não dá para prever o tempo do trabalho sem visitar o cliente”, esclarece Peres, que afirma receber, em média, R$ 9 mil por mês.
Marketing pessoalUma boa ferramenta para quem está começando o próprio negócio e deseja atrair mais clientes é fazer uso do marketing pessoal.
Para a consultora de etiqueta corporativa e marketing pessoal, Ligia Marques, as mídias sociais são um poderoso aliado nessa hora. “Vale mais investir nesse tipo de boca a boca virtual em termos promocionais do que em uma publicidade em horário nobre na televisão, por exemplo”, explica.
Outras formas de promoção, no entanto, dependerão do produto a ser oferecido e do potencial do consumidor. ”É preciso saber o que cada um quer”, afirma Ligia.
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